sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Futuro do Potencial Genético?

Uma parruda criança alemã pode oferecer à ciência um novo dado que vai mudar radicalmente a vida das pessoas com doenças miodegenerativas, obesidade ou preguiça de fazer exercícios físicos.

Num estudo publicado recentemente no New England Journal of Medicine, cientistas relataram a história de uma criança de 4 anos de idade, com uma mutação genética que permite que seus músculos cresçam a limites nunca imaginados. Seu corpo não produz a enzima chamada miostatina, responsável por bloquear trofismo muscular.

Já era conhecido que a miostatina regulava o crescimento muscular em animais, mas é a primeira vez que seu efeito foi comprovado em humanos. Esse estudo eleva as esperanças de terapias genéticas para desenvolvimento muscular.

Desde que o Dr. Lee e seus colaboradores descobriram a miostatina há sete anos, cientistas têm estudado a substância como um fármaco em potencial. A maioria tem focalizado na distrofia muscular congênita, doença genética que lesa o músculo esquelético. É uma doença sem tratamento efetivo na qual a maioria dos portadores morre na 3a década de vida de problemas respiratórios e cardíacos.

Um estudo de 2002 descobriu que um camundondo com uma versão da doença muscular distrófica melhorou após ser tratado com bloqueadores da miostatina (abaixo). Mas até a descoberta do pequeno Hércules alemão não se sabia se a miostatina teria um efeito similar em humanos. Ao confirmar isso, o novo estudo vai fazer nascer novas pesquisas.

A Wyeth Pharmaceutical já criou uma proteína capaz de desativar a miostatina e agora está começando um estudo de segurança em humanos. A empresa, que já tem a patente para uso em humanos da miostatina, planeja um estudo com pacientes portadores de distrofia muscular.

A mutação do garoto alemão foi descoberta no dia em que nasceu, quando seu médico ficou preocupado com a incomum definição muscular do recém nascido...


O pediatra já tinha lido alguns trabalhos sobre a miostatina e ficou curioso se a criança tinha alguma alteração. Os testes confirmaram e então ele contactou o Dr. Lee.
A princípio os médicos se preocuparam se a falta de miostatina poderia causar algum problema, como danificar a funcionamento do miocárdio. Mas até o momento, ele parece ser uma criança normal, apesar de seu porte e de sua extrema força muscular
Hoje, aos 7 anos, ele é capaz de erguer pesos de 5 kilos em cada um dos braços extendidos, assim com uma criança levanta um brinquedo, coisa que muitos adultos não conseguem.
Os especialistas acreditam que os bloqueadores da miostatina terão dezenas de uso no futuro, desde o tratamento da perda muscular com a idade (sarcopenia senil), e até mesmo para casos graves de caquexia como em pacientes com câncer e AIDS. Os pesquisadores ainda descobriram que os bloqueadores da miostatina diminuem sensivelmente a obesidade e melhora os sintomas ou mesmo cura a Diabetes mellitus tipo 2.
E, é claro, já se tem certeza do futuro uso dos bloqueadores da miostatina para amplificar a performance atlética. “Será um tratamento com todas as vantagens do esteróides, mas sem nenhuma das desvantagens”, disse o fisiologista da Universidade da Pennsylvania Lee Sweeney.

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